quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Luzes da Estônia


Escrever sempre foi um ato desenvolvido nas altas madrugadas tropicais, seja no verão seja no inverno. Semanas sozinha, comecei a resgatar meus hábitos solitários. Longe dos trópicos, dois dias vivendo o 'mundo inteiro acordar e a gente dormir', percebi que não rolava 'pro dia nascer feliz'...
Simplesmente porque fazendo assim, o dia nasce e termina enquanto eu tomava meu café da manhã. Não dava tempo para ser feliz.
Vivendo num lugar com dias tão curtos, as poucas horas de luz são de extremo valor, pois do contrário, facilmente você passa a viver os dias no escuro, numa noite eterna...
No dia seguinte me pus na cama às 21:30, para garantir que iria acordar antes da luz chegar (nada de sol), para acompanhá-la desde seus primeiros passos às 9hs, iluminando delicadamente a sala do apartamento até às 16:30 começar a se esvair. Sim, já podemos 'sentir' os dias mais longos! Que antes começavam às 10 e desapareciam às 15hs.
Mandem lembranças ao sol por mim... 

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Terra Estrangeira

Com a necessidade de soltar a escrita para dar conta das tarefas atrasadas, pensei em começar um novo blog, para esse novo momento. Qual não foi minha surpresa, ao acessar a página, de reencontrar meu velho e bom hojicha, que há muitos anos passeia por terras estrangeiras.
Não sei ao certo como começar, não tenho fotos para ilustrar, só consigo pensar nas pequenas dificuldades cotidianas e banais quando mudamos a alma de casa.
Precisava comprar um casaco, e percebi que não conseguia escolher. Para começo de conversa todos parecem bonitos e interessantes, diferentes estilos que não sei qual se encaixa no meu. Meu estilo de inverno é uma malha e uma echarpe. Mas os casacos....sei lá. Além da questão de estilo, pele, algodão, couro, nylon, peludo, sem pelo, acolchoado, com costura, esporte, chic, descolado, babado
, a variabilidade de espessuras, materiais, comprimentos, capuzes, acabamentos, adereços e afins.
Enfim, incapaz de escolher um em um universo de milhares onde tudo é novidade, me deixei levar pela escolha do outro. Assumi minha incapacidade momentânea e aceitei o conselho.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Em São Paulo


Algumas vezes, quando por aqui estou, no convívio com minha cachorra - companheira, pentelha, filha, obrigação, amor, brincadeiras, companheira - comparo atitudes caninas e crianças.
Sem extremismos, ou perda de parâmetros reais, mas cães clamam por atenção; minha ruiva pede comida se passo da hora; sobe sobre a mala quando a estendo sobre a cama para prepará-la e me enche de beijos - lambidas - quando volto de viagem; enfim, pede, chama, abraça.
Mas uma comparação que ainda não tinha passado por minha cabeça, é a simplicidade.
Dizemos que crianças muitas vezes brincam mais com a embalagem do que com o brinquedo.
Claro que como boa patroa, minha doce cachorra tem um leito, lilás e limpo, para dormir seus sonhos de ouro. E no escritório, um canto só seu.
Mas a cama e os sonhos de ouro são vontades minhas, assim como muitos dos 'presentes' de tantos pais.
Um engradado, cheio de plástico bolha, pode ser o melhor lugar do mundo para estar perto de quem se ama.

domingo, 18 de abril de 2010

Doce Peru com Café

Curioso, para os peruanos o café é uma moda que chegou faz pouco tempo, uns cinco anos. Como assim? Dizem que não se bebia café. Assim justificam o alto custo do café nos bares - um café expresso pode chegar a custar U$ 2. Conto nossa tradição do cafezinho para as visitas, o que escutam também com curiosidade. Ao final, o anfitrião completa, desculpa se não te ofereci um café... Faço o meu em casa, nos finais de semana e aproveito para continuar minha incansável investigação sobre os doces da panaderia ao lado.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pegar ônibus em Lima é uma aventura, assim como em outros paises latino americanos. Eles são de todas as cores e principalmente tamanhos, o que pode ser desconfortável para aqueles com mais de um metro e sessenta. O cobrador é uma espécie de relações públicas, porteiro e cobrador, é claro. Param em qualquer lugar, inclusive nas paradas, e antes mesmo da porta se abrir nosso relações públicas já está gritando pontos chaves da jornada. Ao indicar sua vontade de subir no ônibus, nosso porteiro recebe dizendo velozmente, rápido, rápido, rápido, ou adelante, adelante, adelante. Quando você imagina que naquele micro-ônibus não cabe nem mais um passarinho, nosso relações públicas está mandando as pessoas se espremerem mais e angariando mais pessoas pelo caminho. Claro que todas paradas são anunciadas e, atenciosa, tento entender o nome dos lugares, afinal, não deixa de ser um modo de conhecer a cidade. Entendia vagamente plaza vea, venezia, tongo, até que um dia, com sorte, pois me encontrava sentada na janela, concomitantemente ao anúncio da próxima parada, vejo um grande supermercado chamado plaza vea. Mistério resolvido, venezia é o nome de um restaurante na Panamerica Sul, tongo uma loja de material de construção. Claro que nesta lista também passam nomes de bairros, ruas ou pontes. Nosso cobrador na ocasião do ato da cobrança pergunta para onde você vai, pois o preço pode variar. E, quando ele se lembra, ou você mesmo o lembra disso, chegando em sua parada - no meu caso bem depois do ônibus encher e esvaziar, ele anuncia: museo, museo, museo. E ainda sobre o efeito da inércia, começa a gritar baja, baja, baja, maneira gentil de avisar ao motorista que tem alguém descendo e, ao mesmo tempo, mandar você descer logo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Luzes da Estônia

Escrever sempre foi um ato desenvolvido nas altas madrugadas tropicais, seja no verão seja no inverno. Semanas sozinha, comecei a resgatar...