quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pegar ônibus em Lima é uma aventura, assim como em outros paises latino americanos. Eles são de todas as cores e principalmente tamanhos, o que pode ser desconfortável para aqueles com mais de um metro e sessenta. O cobrador é uma espécie de relações públicas, porteiro e cobrador, é claro. Param em qualquer lugar, inclusive nas paradas, e antes mesmo da porta se abrir nosso relações públicas já está gritando pontos chaves da jornada. Ao indicar sua vontade de subir no ônibus, nosso porteiro recebe dizendo velozmente, rápido, rápido, rápido, ou adelante, adelante, adelante. Quando você imagina que naquele micro-ônibus não cabe nem mais um passarinho, nosso relações públicas está mandando as pessoas se espremerem mais e angariando mais pessoas pelo caminho. Claro que todas paradas são anunciadas e, atenciosa, tento entender o nome dos lugares, afinal, não deixa de ser um modo de conhecer a cidade. Entendia vagamente plaza vea, venezia, tongo, até que um dia, com sorte, pois me encontrava sentada na janela, concomitantemente ao anúncio da próxima parada, vejo um grande supermercado chamado plaza vea. Mistério resolvido, venezia é o nome de um restaurante na Panamerica Sul, tongo uma loja de material de construção. Claro que nesta lista também passam nomes de bairros, ruas ou pontes. Nosso cobrador na ocasião do ato da cobrança pergunta para onde você vai, pois o preço pode variar. E, quando ele se lembra, ou você mesmo o lembra disso, chegando em sua parada - no meu caso bem depois do ônibus encher e esvaziar, ele anuncia: museo, museo, museo. E ainda sobre o efeito da inércia, começa a gritar baja, baja, baja, maneira gentil de avisar ao motorista que tem alguém descendo e, ao mesmo tempo, mandar você descer logo.

Um comentário:

Anônimo disse...

ligeirinhos

Luzes da Estônia

Escrever sempre foi um ato desenvolvido nas altas madrugadas tropicais, seja no verão seja no inverno. Semanas sozinha, comecei a resgatar...